O Sindicato das indústrias de leite do Maranhão, com o apoio da Promotoria de justiça de defesa do consumidor de Imperatriz-MA realizam campanha contra o leite clandestino, aquele que é vendido pelas ruas, nos famosos latões.
A comercialização de leite "no latão" é um risco a população. O perigo é a falta de segurança da qualidade do leite. O risco de contaminação microbiologica através da sua manipulação inadequada é muito grande, sendo este fato potencializado pelo transporte no latão, que piora ainda mais a qualidade final do produto.
Para um leite que não sofreu nenhum tipo de tratamento térmico, a falta de refrigeração durante o seu transporte é o "atestado de óbito" do produto, onde esse leite atinge níveis de multiplicação microbiana altíssimos, tão altos que a tradicional "fervura caseira" não consegue diminuir estes índices a níveis aceitáveis para o consumo. Além disso, o tratamento térmico não é eficaz para certas toxinas produzidas pelos microorganismos, que se mantém no leite mesmo após a fervura, causando DTAs.
O leite clandestino tem desconhecido seu tempo de retirada, não tem nenhum tipo de rastreabilidade e não há um controle mínimo de qualidade assegurada em relação aos seus produtores. Ao contrário dos latícinios regulares, que possuem laboratórios de controle de qualidade para a recepção da matéria-prima e um controle de fornecedores.
Já o queijo clandestino, além de herdar os problemas do leite clandestino do qual é feito, é fabricado com insumos inapropriados, sendo registrado até o uso de sal bovino. Possui uma produção precária, realizada em ambientes mal-preparados (mesas de madeira, colaborador mal preparado, desprotegido). A embalagem do queijo clandestino é realizada de forma errônea, sem um controle de data de fabricação, origem, tabela nutricional, produtor, local de produtor e empresa responsável e sem nenhum tipo de sifagem.
Outro ponto importante da campanha é que retirando este produto do mercado, não só evita o consumidor ter acesso direto a estes produtos, mas evita o acesso indireto. Alguns proprietários de Unidades de Alimentação, como restaurantes, pizzarias e lanchonetes, usam de ma-fé e se abastecem desses produtos para sua produção, por serem mais baratos. Desta forma, trazem riscos ao consumidor e que este consumidor, infelizmente, corre sem saber.
O único porém, da campanha, fato que ja tive a oportunidade de comentar junto ao promotor do consumidor, Sandro Bíscaro, é a confusão no uso do termo técnico in natura como sinônimo de clandestino. Há leis dos orgãos da saúde que regulamentam a comercialização dos produtos in natura, sua rotulagem, etc.
Desta forma, não necessariamente o produto in natura, é clandestino, pois é um produto que pode ter sua regulamentação adquirida nos orgãos responsáveis e estar de acordo com seu respectivo PIQ e demais exigencias legais.
Vamos divulgar, pois esta campanha é de interesse de todos, e principalmente da população que não pode mais ser lesada e colocada em risco.
Caro André. Este foi o melhor texto que já encontrei sobre o assunto. Parabéns pela qualidade, clareza e objetividade. Vamos encarar esta luta juntos. Te aguardo. Abs. Sandro Bíscaro
ResponderExcluirAh, corrigirei a impropriedade da expressão leite "in natura".
ResponderExcluirOutra coisa importante: vou divulgar os nomes dos estabelecimentos flagrados com queijo e leite clandestinos e, para tanto, precisaremos do seu espaço, se vc concordar, claro.
Expor tais produtos nas prateleiras é um crime grave mas, ainda assim, o consumidor ainda pode exercer seu direito de não comprá-los. Agora, utilizá-los na composição de outros produtos, como em lanchonetes, restaurantes e hotéis, às escondidas do consumidor, é muito mais grave... Por isso que temos que divulgar. O consumidor tem o direito de saber quem brinca com sua saúde.